terça-feira, 16 de agosto de 2016

Ponto de vista: relacionamentos

Há algum tempo iniciei um estudo sobre gerações a fim de conhecer cada uma e como ser relevante, especificamente, entre a geração "Z" (dos nascidos depois da década de 90, os quais já possuem a tecnologia na palma de suas mãos). Tal estudo deu-me a possibilidade de identificar certos padrões existentes em nossa sociedade atual e também pude observar como estes padrões se aplicam entre gerações diferentes.
Para alguém que nasceu por meados da década de 50 ou 60 é uma profunda falta de respeito quando alguém mais jovem se dirige a um professor diretamente pelo nome, ainda mais se sequer erguer a mão e aguardar sua oportunidade para questionar. E quanta mais vamos seguindo na linha do tempo rumo ao passado mais vemos esta postura de respeito hierárquico. Não é incomum encontrar nesta forma de compreensão de respeito uma certa quantidade de medo, ou temor. Em alguns casos é até difícil distinguir o papel de cada um dentro de um relacionamento.
Para aqueles que nasceram depois da década de 80 (Geração "Y") e ainda mais os que nasceram na virada do milênio é bem incomum esta noção de respeito hierárquico, exceto aqueles que foram criados em círculos militares ou de educação extremamente rígida. Note que não afirmo que tais posturas são incorretas, antes quero conversar a respeito da diferença e da necessidade de relacionamentos que todos os seres humanos possuem.
Ainda que seja através de um modelo hierárquicos os mais velhos possuíam relacionamentos. Assim como os mais jovens, e mais conectados de hoje, não conseguem compreender uma distância dentro da realidade de comunicação existente onde é possível conversar (ou pelo menos enviar mensagens) para qualquer líder de governo, músico ou pessoa influente. A internet abriu as portas para os relacionamentos diretos além do círculo social já existente. As barreiras sumiram.
Se penso neste conflito geracional na questão da fé e da espiritualidade imagino o porquê, também, de tantas dificuldades nas igrejas cristãs. Os mais jovens possuem uma profunda necessidade de contato direto com Deus, enquanto os mais velhos possuem um tremendo temor o qual os faz sequer olhar para cima enquanto dirigem suas orações. 
Creio que Jesus é relacional, mas que atinge todas as gerações. Aliás, a Bíblia é o único livro que influencia todas as gerações e que mostra que Deus atravessa eras e chega ao ser humano com sua misericordiosa graça.
Há espaço, em nossa forma de nos relacionarmos, para buscar a Deus? Ou ainda para viver uma vida de fé sadia? Ou usamos nossos relacionamentos como desculpas, impedimentos, para nos afastar ainda mais da presença de Deus?
Todas as gerações, em minha opinião, possuem falhas de relacionamentos com Deus. O incrível é o quanto uma quer dominar a outra a fim de provar sua supremacia religiosa.
Enquanto pensamos assim, perdemos a oportunidade de fazer a diferença em nossa própria geração e também de ser cristãos autênticos, que importam-se em conhecer a Deus e ter um relacionamento com Ele no tempo presente, seja em qual geração for.

Nenhum comentário:

Postar um comentário