Ontem assisti ao filme "Deus não está morto 2" e confesso que fiquei muito surpreso, positivamente falando, a respeito do enredo desta obra cinematográfica. Confesso que esperava algo mais simples e o que vi foi uma profunda valorização da fé racional, desmistificando a ideia de que cristãos seguem a Jesus Cristo apenas por sentimentalismo ou emoções. Até pensei que a defesa da professora seria baseada na declaração de independência dos EUA, como um proselitismo americano, antes me vi surpreendido pelo uso de fontes e argumentos extrabíblicos e de como este debate é de extrema relevância para nossa sociedade.
A continuidade em relação ao primeiro filme está na perseguição à fé cristã, porém o âmbito da discussão vai para toda a sociedade. Afinal, Igreja e Estado podem ser separados? Esta é uma das questões centrais da discussão. No primeiro o debate é existencialista, onde um aluno defende sua fé diante de um professor ateu dentro da sala de aula. É um roteiro 'gospel' comum, com a experiência de conversão marcando todo o filme e o diálogo existencialista dos personagens cheio de drama e questionamentos sobre Deus e sua vontade (ou permissividade).
Já neste segundo filme, embora ainda exista uma tônica existencialista, o enredo chama para além da experiência da conversão e do despertar da fé e traz a importância da apologética. Defender a fé cristã em um contexto onde Cristo é odiado. Onde pode-se falar dos ensinamentos dEle na vida de pessoas históricas, mas onde é proibido citá-lo como referência, tampouco as Escrituras Sagradas. Além disto vai o questionamento de até onde é possível ao Estado interferir na fé e até onde o mesma está tomado por padrões cristãos de ética e de justiça.
A defesa da fé cristã é apresentada, ao meu ver, não mais como simples fruto de emoção. Há uma clara defesa intelectual, reafirmando que não é só possível crer em Cristo como também provar que Ele existe.
Vi um grande amadurecimento teológico em relação ao primeiro filme. A temática é digna de ser levada aos nossos círculos sociais e também ao púlpito. Nos dias em que vivemos, onde somos sutilmente perseguidos, nos deixamos levar por emoção ou mesmo por padrões anticristãos e nossa fé é anestesiada, tornamo-nos verdadeiros ateístas práticos.
A personagem principal, Grace, é levada à viver, provar e sustentar sua fé com profunda convicção, algo que precisamos retomar com veemência e, ao final, recebe a sentença a seu favor. Neste ponto, o final já não é surpreendente. Todos gostam de assistir a um final feliz, certo? Até aí tudo bem. Porém este não é o final do filme. Ainda há uma cena que, em meu ponto de vista, é para todos os que defendem publicamente sua fé no Deus vivo e que reflete a realidade da igreja perseguida ao redor do nosso mundo.
Quando paramos de defender nossa fé mostramos ao mundo que a afirmação de Nietzche está correta. Ou melhor, quando deixamos de viver a fé que Deus nos dá, de fato, permitimos que o mundo nos diga em que crer e perdemos a oportunidade de viver como testemunhas do amor de Deus ao mundo em nosso contexto.
Não vou atribuir nota, mas recomendo que você assista a este filme e que, se possível, oportunize o debate a respeito em pequenos grupos. E desejo que, a cada dia mais, possamos reafirmar: "Deus não está morto, certamente está vivo!".
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