quinta-feira, 22 de setembro de 2016

A humanidade ainda pode fazer algo bom?

Você já parou para se perguntar se, realmente, é possível fazermos algo puramente bom?
Inicio com esta pergunta porque precisamos pensar o que consideramos bom e ruim, ou ainda, o que compreendemos por pecado. Em um mundo sem referências sobre padrões éticos (e também estéticos, no campo daquilo que é reflexo da ética na sociedade) não existe mais a concepção sobre o que é certo e errado, ou ainda sem uma referência que permita diferenciar o caminho a ser trilhado.
Neste nosso mundo atual, a perda de valores faz com que seja possível crer que podemos simplesmente fazer o "bem" por nós mesmos. Mas esta crença é vazia e faz de nós seres alienados diante da nossa realidade. Nós vivemos em um mundo que sofre pelas consequências da queda. Em outras palavras, tudo o que somos e fazemos é influenciado pela nossa essência de pecado. Aliás, até o que é pecado, atualmente, é reflexo desta perda de valores. O medo da Idade Média era ir para o inferno, por isto as indulgências foram um grande ato de marketing que arrecadou muito dinheiro para a igreja romana. Este mesmo medo está presente nos discursos do que é ou não pecado. Sem a perspectiva da fé o pecado é algo imposto pelos outros às nossas ações. Isto não é fato! E é reflexo desta falta de valores na sociedade.
Quando compreendemos que a Bíblia é e contém a Palavra de Deus ela passa a ser norma de fé. Sendo assim, nós, os cristãos, temos neste livro o critério para exercer a nossa fé diariamente. Mas este mesmo livro mostra que em um ponto todos os seres humanos estão em igualdade: somos pecadores e precisamos da misericórdia de Deus. Somos todos influenciados pela queda de Adão e Eva. Sem este critério aí toda a lista do que é ou não pecado parece algo imposto, e não inato.
Se aqueles que defendem o Evangelho e sua mensagem transmitissem este recado ao mundo, tenho absoluta certeza que muitos dos embates atuais seriam encerrados na primeira frase.
Não creio que eu adquiro o pecado ao longo da vida, mas sim que já nasci com ele e que isto traz consequências para a minha existência, para toda a sociedade e também para toda a cultura onde estou inserido.
Se olho o pecado como uma representação do mal imposto então não compreendi, verdadeiramente, qual é a essência de todo o ser humano. Olhando como algo imposto qualquer comparação do que é ou não pecado é realmente um comparação  de crimes hediondos com aquilo que aparenta não ser crime. E nossa visão do que é crime também foi afetada pela queda.
Tudo o que fazemos, ainda que pareça ser bom, é influenciado pela nossa essência. Por outro lado, a fé revelada a partir da Bíblia mostra que é possível buscar uma vida diferente, não a partir de nós mesmos, mas a partir da transformação que Deus faz em nosso ser. Não deixamos de ser pecadores, mas por graça Deus enviou seu Filho para que o preço do pecado pudesse ser pago e para que isto trouxesse uma nova influência para a sociedade.
Na minha opinião, se Deus não tivesse enviado Jesus Cristo para nos salvar sequer teríamos a possibilidade de pensar que podemos fazer algo bom, ainda que ninguém acredite nisto.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Sem escrúpulos!

Quando imaginamos que não há limites para a maldade e a corrupção humana somos surpreendidos por notícias cada vez mais assustadoras. 
Esta semana o assunto no YouTube é pedofilia, citando inclusive um vídeo onde uma pessoa ensina como "tirar a virgindade" da própria filha. Não consegui sequer abrir o vídeo e assistir tamanha estapafúrdia. Somos a cada dia mais bombardeados com estas e outras atrocidades. 
A internet sempre foi algo que precisa ser utilizado com 'filtros', separando aquilo que é bom para ser visualizado daquilo que mostra o lado mais obscuro da humanidade. Porém o lado obscuro da internet está mais em alta e os efeitos disto são avassaladores. Já é muito mais fácil expor os vícios, os escárnios, a carnificina humana e a total falta de escrúpulos.
A humanidade, pelo menos na internet, está destruída! E minha maior preocupação diante deste fato é a enorme presença de crianças e adolescentes que são bombardeados com estas informações. Isto não lhes abrirá o conhecimento, ou suas mentes, pelo contrário, será para eles uma grande forma de destruir qualquer distinção entre o que é saudável e o que não é. Esta nova geração sofrerá as consequências de uma vida adulta sem discernimento e afetará toda a educação, a política e a própria forma de viver.
Quando um pai (se é possível chamá-lo assim) ensina este tipo de atrocidade é, realmente, o mais degradante que se pode esperar de uma sociedade. Esta pessoa não é a única que emite tais posturas. Por não estar sozinho é ainda mais preocupante. Existem redes, não mais escondidas, que este tipo de postura é difundida para qualquer um que acessa a internet.
Além da preocupação quanto a esta influência macabra também existe uma enorme preocupação com as vítimas desta e de outras atrocidades. O que será das pessoas que sofrem estes abusos? Não é a toa que psicólogos estão em uma época de muita atuação. Quem sofre abusos precisa reaprender a viver e a superar os traumas causados pelo agressor, além de buscar uma resignificação para a humanidade.
Diante de tanta decadência ainda precisamos refletir cuidadosamente sobre o que lemos e assistimos. Se os adultos precisam refletir cuidadosamente sobre o que assistem, ainda mais as novas gerações precisam ser cuidadas e monitoradas para não sofrer ainda mais danos por esta falta de limites. 
Não tenha vergonha de pedir ajuda. Sinta vergonha por não discernir os conteúdos que você e sua família assistem.
E se, por acaso, lhe aparecer algum material explícito e que deturpa ainda mais a humanidade: denuncie! Não podemos nos calar e deixar que estes péssimos exemplos continuem seus abusos físicos, morais e intelectuais!

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Coligações

Diante de tanta coisa acontecendo em nosso momento político atual o que mais me impressiona é a quantidade de "novas" coligações prometendo um novo jeito de fazer política. De novo não há nada! Até a disputa 'coxinhas' versus 'pão com mortadela' resultou em coxinhas recheadas de mortadela. Nas coligações vale tudo em prol de cargos e promessas de campanha. É capaz de ainda sair alguma foto de velhos rivais abraçados como se fossem, desde outrora, velhos aliados políticos.
Isto me faz ter saudade da época em que estudávamos as ligações de carbono no ensino médio. Tudo era simples, objetivo e funcional. O resultado era baseado na regra do octeto e não poderia ser modificado naturalmente.
Se bem que ao analisar o nosso passado me peguei também lembrando das gincanas, onde fazíamos as 'coligações' para que, no caso de vitória, todos ganhassem a sua parte. Acho que temos sido criados com essa mentalidade há tanto tempo que se nunca refletirmos vamos, sempre e novamente, repetir os mesmos erros que tanto criticamos.
Porque ainda é tão difícil quebrar certos vícios históricos e culturais que só aumentam a decadência humana?
Teologicamente sabemos esta resposta: a queda. Mas por ainda pensarmos que estamos imunes aos erros do passado cremos que somos como pequenos deuses, dotados de poder para mudar os outros e não nós mesmos.
De fato, somos permeados pelas consequências históricas e esta reação em cadeia não pode ser quebrada sem que aconteça uma transformação externa.
Para que nosso país aprenda uma nova política é preciso que cada brasileiro aprenda a compreender as consequências históricas e que a mudança deve acontecer primeiro nos indivíduos para então tomar grandes proporções no coletivo. Assim que mudanças culturais aconteceram e ainda acontecem, mesmo que as ignoremos.
Eu compreendo, em parte, o significado das consequências que a queda gerou em toda a humanidade. Ainda assim, também conheço a oportunidade de esperança que pode, realmente, transformar estes ciclos viciosos na vida humana. À esta esperança a humanidade presenteou com uma cruz...

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Ponto de vista: evangélicos

Ao observar o "mundo" evangélico atual me pergunto se, realmente, eles sabem o que significa Evangelho em meio à tantas opções dentro do 'mercado religioso'.

Infelizmente ser evangélico é mais uma postura político-partidária, a fim de ganhar mais votos, do que ser um agente transformador diante de toda uma situação caótica. Não quero aqui generalizar, até porque existem pessoas que fazem a diferença independente de nível teológico, mas essa onda 'evangeliquês' tem servido de escárnio e de piada para a mídia em geral. Aqueles que deveriam tomar uma postura diferenciada acabaram se esquecendo do alerta do apóstolo Paulo ao dizer aos romanos que não se amoldem aos padrões deste mundo. Ser evangélico, na atualidade, é representar interesses financeiros diante de uma falsa prosperidade. É buscar o próprio benefício em detrimento dos outros seres humanos, e de toda a criação, que estão nas proximidades.
Infelizmente esta observação não é animadora.
Aquele que segue o Evangelho de Jesus Cristo não deveria ser engolido por esquemas de corrupção e que envergonha às Escrituras Sagradas.
Não utilizo mais o termo evangélico ao definir pessoas que vivem conforme a Palavra de Deus, revelada na Bíblia.
A cristandade precisa voltar-se a Deus e deixar que Ele continue revelando sua vontade.
Enquanto não caminhamos nesta direção seremos apenas pessoas vistas como ignorantes, de pouco conhecimento científico e que vivem presos à gaiolas doutrinárias.
Que diminua-se o mundo 'evangélico' e que cresça a vontade de Deus, soberana, para nosso tempo, cultura e nação.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Opinião: Deus não está morto 2

Ontem assisti ao filme "Deus não está morto 2" e confesso que fiquei muito surpreso, positivamente falando, a respeito do enredo desta obra cinematográfica. Confesso que esperava algo mais simples e o que vi foi uma profunda valorização da fé racional, desmistificando a ideia de que cristãos seguem a Jesus Cristo apenas por sentimentalismo ou emoções. Até pensei que a defesa da professora seria baseada na declaração de independência dos EUA, como um proselitismo americano, antes me vi surpreendido pelo uso de fontes e argumentos extrabíblicos e de como este debate é de extrema relevância para nossa sociedade.
A continuidade em relação ao primeiro filme está na perseguição à fé cristã, porém o âmbito da discussão vai para toda a sociedade. Afinal, Igreja e Estado podem ser separados? Esta é uma das questões centrais da discussão. No primeiro o debate é existencialista, onde um aluno defende sua fé diante de um professor ateu dentro da sala de aula. É um roteiro 'gospel' comum, com a experiência de conversão marcando todo o filme e o diálogo existencialista dos personagens cheio de drama e questionamentos sobre Deus e sua vontade (ou permissividade).
Já neste segundo filme, embora ainda exista uma tônica existencialista, o enredo chama para além da experiência da conversão e do despertar da fé e traz a importância da apologética. Defender a fé cristã em um contexto onde Cristo é odiado. Onde pode-se falar dos ensinamentos dEle na vida de pessoas históricas, mas onde é proibido citá-lo como referência, tampouco as Escrituras Sagradas. Além disto vai o questionamento de até onde é possível ao Estado interferir na fé e até onde o mesma está tomado por padrões cristãos de ética e de justiça.
A defesa da fé cristã é apresentada, ao meu ver, não mais como simples fruto de emoção. Há uma clara defesa intelectual, reafirmando que não é só possível crer em Cristo como também provar que Ele existe.
Vi um grande amadurecimento teológico em relação ao primeiro filme. A temática é digna de ser levada aos nossos círculos sociais e também ao púlpito. Nos dias em que vivemos, onde somos sutilmente perseguidos, nos deixamos levar por emoção ou mesmo por padrões anticristãos e nossa fé é anestesiada, tornamo-nos verdadeiros ateístas práticos.
A personagem principal, Grace, é levada à viver, provar e sustentar sua fé com profunda convicção, algo que precisamos retomar com veemência e, ao final, recebe a sentença a seu favor. Neste ponto, o final já não é surpreendente. Todos gostam de assistir a um final feliz, certo? Até aí tudo bem. Porém este não é o final do filme. Ainda há uma cena que, em meu ponto de vista, é para todos os que defendem publicamente sua fé no Deus vivo e que reflete a realidade da igreja perseguida ao redor do nosso mundo.
Quando paramos de defender nossa fé mostramos ao mundo que a afirmação de Nietzche está correta. Ou melhor, quando deixamos de viver a fé que Deus nos dá, de fato, permitimos que o mundo nos diga em que crer e perdemos a oportunidade de viver como testemunhas do amor de Deus ao mundo em nosso contexto.

Não vou atribuir nota, mas recomendo que você assista a este filme e que, se possível, oportunize o debate a respeito em pequenos grupos. E desejo que, a cada dia mais, possamos reafirmar: "Deus não está morto, certamente está vivo!".