"Adeus ano velho, feliz ano novo, que tudo se realize no ano que vai nascer: muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender".... e assim segue a canção outrora tradicional das viradas de ano em famílias, daqueles momentos com amigos pronunciando a contagem regressiva no meio da rua, da sala ou até mesmo dos bares.
Não me considero alguém nostálgico, mas sempre é bom aprender com o passado, viver o presente e olhar para o futuro.
A canção citada acima permite observar onde colocamos nossos impulsos, nossos desejos reais e que não conseguimos segurar, por mais que tentemos evitar isto.
Nós não conseguimos evitar de pronunciar esta frase acima com um desejo mórbido por recursos financeiros que não temos. Esperando que num rompante nossa vida seja cheia de coisas materiais, de coisas que não são exatamente o que precisamos, mas que, ainda assim, não deixamos de insistir em desejá-las.
Não há como negar o desejo por "melhorias" em nossa vida.
Sequer consigo imaginar na minha breve história alguém que não desejou que fosse apenas por uma vez ter algo a mais.
O pior, vejo esta onda do 'querer ter' tão forte que tudo e todos inculcaram em suas mentes tal mentalidade e não abrem mão disto.
Nos comentários de algumas famílias só ouço "vou comprar isto..." ou "olha o que comprei".
As crianças já ouvem tudo isto e vão aprendendo que isto é natural. O importante virou banal.
Agora, neste período de festas, desejamos um "próspero" ano novo. Virou natural compreender prosperidade como uma velha sentença: status pelatus. "quero mostrar o que tenho para parecer mais do que sou".
A necessidade de transformar as vidas em vitrines cheias , mas ao mesmo tempo vazias.
Se olharmos ao nosso redor vamos observar isto. Não quer dizer que somente a minha observação está correta. Aliás, como eu, um simples míope, hipermétrope, estrábico, astigmático, catarático, ser humano posso enxergar alguma coisa?
Mas ainda bem que não vejo só coisas ruins. Tenho que considerar que também observo coisas surpreendentes. Em meio a esta imensidão de vitrines vejo reluzes espelhos que transmitem o brilho verdadeiro. Que vivem sem depender de competições de poder de aquisição.
Vou tomar a liberdade de te desejar um Ano Novo sem prosperidade. Um Novo Ano sem vaidade. Mas um período em que você viva de verdade. Viva com liberdade (Cf. Jo 8.32).
Eu vou tentar, com a graça de Deus, a cada dia viver na liberdade do evangelho e do amor de Deus.
Vamos tentar juntos?
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
sábado, 2 de agosto de 2014
Um pouco de "fino trato"...
Eu posso não ser assim de fino trato ao ponto de alcançar a perfeição plena enquanto sou humano.
Enquanto tento viver minha vida observando o mundo e as pessoas ao meu redor pude notar como o cuidado com aquilo que se diz ou se procura defender pode se tornar um início de um debate catastrófico.
Observo debates teológicos acirrados, ânimos exaltados e imagino um Octógono virtual com pessoas degladiando como se fossem gladiadores de seus posicionamentos.
Ao mesmo tempo, vejo que existem pessoas que são obrigadas a assistir tal balbúrdia caladas, abismadas com a situação e que imaginam-se como futuros gladiadores de um posicionamento qualquer. E isto pode levar à uma insanidade teológica sem tamanho.
Então me pergunto, será que estamos agindo com o fino trato necessário que também é o bom testemunho dos cristãos deste mundo?
Vamos observar juntos:
- Nos debates atuais sobre apoiar, aprovar ou reprovar a união homoafetiva no âmbito religioso existem pessoas debatendo-se entre permitir ou proibir. Não vou entrar no mérito bíblico deste assunto, mas é preciso observar o que está acontecendo ao nosso redor. Não posso ficar de olhos e ouvidos fechados diante de tudo que está acontecendo. Existe uma tendência (como moda mesmo) em falar do assunto e lutar para aprovar. Onde estão os cristãos neste meio? Estão em todos os lados, sim, e muitos ainda estão admirando a luta de cima de seus muros. Mas como os cristãos estão comportando-se verdadeiramente? Também aqui são como gladiadores, permitindo ao público uma visão horrenda no que se refere ao testemunho.
- Nos debates sobre ecumenismo denominacional cristão também é possível assistir pequenas batalhas travadas com unhas e dentes. Cada lado procura defender seus dogmas utilizando como arma a acusação do dogma alheio como algo inadmissível. Por vezes a plateia observa isto, e como plateia cito os não-cristãos, atônita e sorrindo para uma briga que só prejudica o cristianismo. Não acredito no universalismo (sim também tenho meu ponto de vista!), mas nem por isto posso me debater publicamente com irmãos na fé e dar um testemunho antibíblico.
- Ainda existem debates internos dentro de cada denominação. Principalmente nas redes sociais, onde todos são cronistas preparadíssimos. São críticos ferrenhos de ações e atitudes. São gladiadores que não conseguem dar um bom exemplo para pessoas novas na fé e novos membros destes grupos. À plateia só resta sentar, assistir e chorar diante de tamanha atrocidade.
Existem exemplos de fino trato também. E sou grato a Deus por isto. Mas a quantidade de maus exemplos é assustadora!
Como disse no início não sou perfeito e, obviamente, não sou capaz de executar apenas ações de bom testemunho. O pecado que habita em mim não permite que eu possa simplesmente acusar as pessoas sem olhar no espelho e ver o maior dos corruptos.
Ainda assim a graça de Deus é sobremaneira admirável e majestosa. Ele deu seu único filho (Jo 3.16) para perdoar os meus pecados. E eu creio nisto! Ao que devo agradecê-Lo todos os dias de minha vida e pedir perdão diariamente.
Quanto ao mais, as exortações se aplicam a todos nós, que deveríamos buscar a cada dia o perdão de Deus em nossas vidas. Que deveríamos nos portar como testemunhas vivas deste amor. Que deveríamos agir de forma moderada priorizando o Evangelho. Priorizando vivê-lo.
Finalizo este posto com o texto de 1 Pedro 2.11-12:
11 Queridos amigos, lembrem que vocês são estrangeiros de passagem por este mundo. Peço, portanto, que evitem as paixões carnais que estão sempre em guerra contra a alma. 12 A conduta de vocês entre os pagãos deve ser boa, para que, quando eles os acusarem de criminosos, tenham de reconhecer que vocês praticam boas ações, e assim louvem a Deus no dia da sua vinda.
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